terça-feira, 3 de março de 2009

Sobre amores bem vividos

É, foi assim. Como todos os romances deveriam acontecer e acontece nos livros. Não é amor à primeira vista. É coisa de pele. É coisa de histórias. Aquele moreno, alto, olhos castanhos profundos, de uma beleza inconfundível, com um olhar estranho, profundo, sensível e cativante. O sorriso tímido, sereno, apaixonante... Ah! Aquele sorriso... Já não podia mais dizer que nunca tinha encontrado o meu príncipe, porque, sim, eu acreditava em contos de fada. Acreditava que aquele príncipe chegaria na minha vida. Mas não naquele momento. Naquele momento estava ferida, desiludida, queria um beijo, um carinho e nada mais. Queria pensar numa carreira brilhante e só. Queria dar orgulho aos seus pais. Queria fazer uma descoberta científica aos 16 anos que mudaria a história da ciência. Queria escrever um livro de sucesso. Queria ser uma juíza conhecida por seu excelente trabalho. Mas no momento era apenas uma aspirante a professora. E sabe que professora é aquela coisa. Aquela coisa, sabe?! A coitadinha, a pobrezinha, a que aguenta os pirralhos e tenta lhe enfiar na cabeça que 2+2 são 4 e que Pedro Àlvares Cabral descobriu o Brasil (sim, todos acham que professores são mal-informados e que não leem). Tudo mudou. Aquela presença mexia com seu eu. Mexia com seu corpo, com sua essência, com suas idéias e concepções. E por mais estranho que pudesse parecer ela gostava disso. Gostava de se sentir tocada, se sentir viva de novo. Por um momento estava completamente entregue aquela sensação. Só por um momento. Aos poucos ficou receosa, se sentindo iludida, e quis acabar com essa sensação. Engano leviano seu. Procurou viver a vida de antes. Procurou braços que acolhessem, mas aquela sensação não lhe saía da cabeça. De repente a vida lhe prega uma peça. De novo, não. Não podia estar tão envolvida, não podia sofrer. Não queria que aquilo a tomasse, que aquilo a fizesse perder o controle. Ela nunca gostou de perder o controle de sua vida, mas desta vez não teve gosto ou desgosto, ela estava envolvida. Ele chega devagar, aguarda a saída de pessoas e olha para ela com seu jeito manso e dominador. Segura ela pela cintura, aproxima seu rosto e quando ela menos espera... O seu sonho tornou-se realidade. Encontrou seu príncipe. Aquilo que complementa sua alma. Seu beijo inconfundível é prova disso. Se hoje ela é feliz e tem uma alma radiante, a culpa é dele. Ela não pediu que ele entrasse na vida dela. Ele simplesmente entrou e até hoje de lá ele nunca saiu.

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